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Gestão em Vendas
Textos e ferramentas para aumentar vendas, fidelizar clientes e melhorar resultados.
Edição Nº 353 24 de agosto de 2011
Ao contrário da maioria das profissões hoje, a área de vendas oferece muitas oportunidades àqueles que desejam agir, de certa forma, com autonomia e independência. É a única profissão em que as pessoas são avaliadas pela sua performance financeira.
Numa carreira, então, que as oportunidades são enormes, os salários (quando há talento e esforço para tal) altíssimos e há liberdade pessoal em relação ao tempo e como cuidar do ganho financeiro, por que será que há tantos problemas no recrutamento de vendedores? As pessoas que vêm para as vagas nem sabem exatamente o que é atender o cliente como consultores? E por que, mesmo quando são “boas” e selecionadas, é tão difícil retê-las?
Bem, a questão é que, apesar de muita promissora para quem tem sede de sucesso, a área de vendas não é para qualquer um. Não é qualquer tipo de profissional que saberia lidar com as pressões de metas, com clientes irritados ou mesmo conseguir conciliar a vida profissional em vendas sem comprometer a vida pessoal, levando para casa as microatividades do trabalho – a ver, principalmente, os representantes comerciais.
Segundo Herb Greenberg, Harold Weinstein e Patrick Sweeney, autores de As 5 qualidades do supervendedor, “é preciso um tipo especial de indivíduo para obter sucesso em vendas. Em primeiro lugar, os vendedores têm uma maneira própria de olhar o mundo, percebem oportunidades onde outros veem rejeição. Caras feias não levam ao desânimo, são algo a ser mudado. Vendedores veem desafios onde outros enxergam obstáculos. É por isso que eles precisam confiar em si mesmos. Os melhores que conhecemos têm um profundo conhecimento de si mesmos, por isso sabem lidar com facilidade com seus pontos fracos”.
Entendido que se, para ser vendedor, já não é uma tarefa fácil, que dirá para ser um supervendedor, aquele que se destaca dos demais, tanto em termos de vendas como em relacionamento e atendimento ao cliente. Por isso, na revista VendaMais, já há algum tempo, tentamos o ajudar a entender quais são as características fundamentais a um supervendedor, na seção mensal dedicada exclusivamente para isso.
E, nesta edição da Gestão em Vendas, queremos lhe mostrar cinco qualidades, definidas pelos autores do livro, que todo vendedor que almeja ser supervendedor deveria ter. Acompanhe, a seguir, e veja quem em sua equipe as tem ou se você mesmo precisa desenvolvê-las em sua atuação em vendas.
1. Empatia;
A primeira qualidade para o sucesso em vendas é a empatia, definida como a capacidade de perceber as reações do próximo, a fim de avaliar precisamente o que pensam e o que sentem. Empatia não envolve necessariamente concordância com os sentimentos dos outros, mas saber quais são os sentimentos ou ideias deles.
Portanto, para vender com eficácia, é preciso entender como o cliente, ou prospect, sente-se enquanto
mantemos nosso próprio senso de identidade, as metas e os objetivos a que nos propusemos. Entender
as necessidades individuais de cada cliente e vender-lhes a solução adequada faz parte do processo
de construção em etapas, que começa com com alguém bastante empático para, de fato, ouvir o que
é dito e sentir as necessidades do cliente potencial, incluindo o reconhecimento de objeções e motivos
secretos, não somente aqueles declarados.2. Ego-drive
Por que vendedores optam por sê-los, em vez de atuarem em áreas nas quais as “ondas são mais
tranquilas”? Por que suportam rejeições, em vez de evitá-las? Bem, a resposta é ego-drive, uma
qualidade especial que faz o vendedor querer e precisar realizar uma venda de forma bem pessoal.
Eles sentem a necessidade de a venda ser feita.
Assim, o cliente está ali para ajudá-lo a satisfazer uma necessidade pessoal. Para o bom vendedor, ouvir o cliente dizer sim é um meio poderoso para aprimoramento do ego. Se o sim envolve comissão, é muito menos relevante do que o próprio sim. A maneira como as pessoas se veem está por trás da ambição e da motivação delas. Buscamos aprovação, queremos ser aceitos, gostamos do reconhecimento dos colegas pelo trabalho benfeito.
3. Orientação para o atendimento
Em muitas funções de vendas, há outra força motivadora atuando paralelamente ao ego-drive: a motivação para servir. O indivíduo orientado para o atendimento, assim como aquele com a necessidade de persuadir e ouvir o sim para obtenção de satisfação pessoal, alcança a mesma satisfação com um “muito obrigado”, “você fez um bom trabalho”, “gostei do que fez”.
Na maioria das vezes, essas duas forças motivacionais não existem no mesmo indivíduo, mas o fato é
que, segundo os autores, o sucesso em vendas exige cada vez mais que o profissional tenha, no mínimo,
algum grau dessas motivações. Se em determinadas situações ambas forem exigidas, mas o vendedor só
tiver uma, o resultado certamente será o fracasso.4. Cautela
Há dois tipos de vendedores com motivações bem diversas. Há aqueles cuja cautela é “internadamente
controlada” e aqueles em que ela é “externadamente controlada”. No primeiro caso, são indivíduos que
atingem metas e completam tarefas como expressão de si mesmos. Minuciosos, são firmes, determinados
e inflexíveis. Eles têm um impulso interno para trabalhar uma hora extra por dia – que nem percebem
passar.E, no segundo caso, em que a cautela é controlada externadamente, os indivíduos são muito cuidadosos
e ansiosos. Preocupam-se com coisas a serem feitas dentro dos padrões. Enfim, são orientados
por regras e por expectativas determinadas pelos outros. Esse tipo de indivíduo minucioso precisa
receber ordens quanto ao que fazer e como. Em vendas, a vantagem é o tipo de cautela interna,
pois, em geral, esses profissionais são mais fáceis de serem gerenciados, já que são mais exigentes
consigo mesmos.5. Força do ego
A força do ego é o ponto até onde o indivíduo basicamente gosta de si mesmo.É quando recebe uma
rejeição, se tem a determinação/força para superála. Se ele tem uma grande força do ego, então o fracasso
poderá motivá-lo em direção à próxima tentativa de venda, porque ele, embora frustrante, não destrói a visão positiva que esses vendedores têm de si mesmos.
Veja que essas qualidades não são encontradas em qualquer pessoa. Na hora de contratar um novo
profissional para a sua equipe, ou na hora de avaliar seus atuais vendedores, você pode usar essas qualidades como referência. Elas certamente não dão 100% de garantia de que um vendedor vá atingir
as metas todos os meses – e até superá-las –, mas certamente lhe darão maiores probabilidades de um
vendedor se tornar super.Livro: As 5 qualidades do supervendedor
Autores: Herb Greenberg, Harold Weinstein e Patrick Sweeney
Editora: Campus/Elsevier
Colaboração: Joice Lemes